Ditado para Aulas
Ditado para Aulas
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Orador: texto livre
Data: 19.12.11
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O lançamento em mil e novecentos e setenta e cinco, na Conferência do México, da Década das Nações Unidas para as
Mulheres representa uma primeira grande iniciativa, a nível global, de promoção de direitos
não de
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um grupo específico e vulnerável, mas de metade da população mundial. Criava-se,
assim, o contexto no sistema das Nações Unidas para que o princípio de igualdade entre
homens e mulheres, já reconhecido desde mil e
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novecentos e quarenta e cinco na Carta da ONU e reafirmado na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, ganhasse concreção graças à elaboração de
instrumentos legais de proteção dos direitos das mulheres.
A Conferência do
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México foi o ponto de partida de uma imensa mobilização da opinião
pública mundial que, na última quadra do século, marcaria a chegada das mulheres, no
plano externo, à política internacional e, no plano interno, à
participação efetiva na
construção dos processos democráticos. Na Conferência Mundial da Mulher de Nairobi,
dez anos depois, a participação maciça de redes recém-criadas de organizações de mulheres
já prenunciava o crescente protagonismo feminino nas grandes conferências
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sobre temas
globais dos anos noventa.
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher,
aprovada em mil e novecentos e setenta e nove, teve seu processo de ratificação acelerado pela visibilidade
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mundial que
esta série de conferências deu à temática emergente dos direitos das mulheres. Esta
visibilidade facilitou também, anos depois, a adesão dos países das Américas à Convenção
de Belém do Pará que proscreve a violência
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contra as mulheres.
No caso brasileiro, o advento da Nova República abre o diálogo entre organizações da
sociedade civil e governo, culminando com a criação do Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher em mil e novecentos e
oitenta e cinco. Na segunda metade da década de oitenta, o movimento de mulheres faz-se
protagonista na elaboração da nova Constituição que, sob seu impulso, assegura um
reconhecimento sem precedentes dos direitos básicos da mulher
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brasileira.
Em abril de mil e novecentos e noventa e cinco, às vésperas de uma nova Conferência Mundial sobre a Mulher, o
Presidente da República Fernando Henrique Cardoso revitaliza o Conselho Nacional dos
Direitos da Mulher que
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, nos últimos anos, perdera substância. São nomeadas Conselheiras
expressivas lideranças da sociedade civil o que permitirá ao Conselho desempenhar papel
relevante na Delegação oficial à Conferência de Beijing onde o Brasil aprova, sem reservas,
a Plataforma
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de Ação sobre a Mulher propositora de objetivos e ações a serem
implementadas na esfera interna. O Governo brasileiro assumia, assim, o compromisso
formal com a implementação de uma estratégia abrangente no plano interno visando à
igualdade de gênero.
Incumbido da implementação interna da Plataforma de Biejing, o Conselho Nacional dos
Direitos da Mulher buscou a interlocução, a nível federal, com os principais ministérios da
área social - Educação, Saúde, Justiça e Trabalho - e, a
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nível estadual e municipal, com
governadores e prefeitos. Através de protocolos assinados com o CNDM, o Governo
Federal e os Executivos locais comprometeram-se com políticas públicas capazes de
traduzir na vida
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quotidiana das mulheres as mudanças democratizantes propostas na Plataforma de Ação. Os Conselhos estaduais e municipais de Defesa da Mulher, presentes
em todas as regiões do país, têm tido papel determinante no monitoramento do
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cumprimento dessas políticas.
O processo de preparação desses protocolos envolveu tanto uma interlocução junto a ONGs
com competência comprovada nas diversas áreas temáticas quanto uma consulta prévia aos
ministérios para avaliação da exequibilidade das políticas propostas
. Neste sentido, o
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher abriu um espaço de negociação inédita entre o
desejado e proposto pela sociedade civil e o considerado exequível pelas agências
governamentais.
Coube igualmente ao Conselho Nacional a tarefa de
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preparar e levar ao Presidente da
República o Plano de Ação Nacional para a Igualdade de Gênero. O documento Estratégias
da Igualdade, cotejando a Plataforma de Ação de Beijing e a realidade brasileira, propiciou
ampla mobilização da
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sociedade, através de seminários em todas as regiões do Brasil,
convocados e organizados em parceria com Conselhos locais e entidades civis.
O documento final, aprovado em Brasília, em Encontro Nacional presidido pelo Ministro
da Justiça e
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pelo Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, estabelece as
políticas prioritárias a serem executadas pelo Governo e pela sociedade. A negociação das
Estratégias da Igualdade foi emblemática da ação do Conselho Nacional dos